‘O povo é tudo!’: uma análise da carreira e da obra da cantora Clara Nunes

Artigo

Silvia Maria Jardim Brügger

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Uberlândia

2008

ArtCultura, v. 10, n.17, p. 191-204. Julho-Dezembro de 2008.

EDUFU

Décadas de 1960, 1970 e 1980; Regime Militar; Clara Nunes; Tradição Familiar; Indústria cultural

Artigo em formato digital:
http://www.artcultura.inhis.ufu.br/PDF17/S_Brugger_17.pdf

Clara Nunes, mineira de Paraopeba, construiu sua carreira, entre as décadas de 1960 e 1980, em um contexto marcado, no Brasil, pelo regime militar, pela afirmação da indústria cultural, pelo crescimento do movimento negro e, na música, pela eclosão e/ou expansão de diversos gêneros/movimentos, como a bossa-nova, o iê-iê-iê, a música engajada e o tropicalismo. Neste artigo, procuro analisar como a cantora construiu uma trajetória que pretendia uma identificação com a cultura popular brasileira, o que passou pelo direcionamento de sua carreira, a partir de 1971, e por um processo de reapropriação de sua própria tradição familiar. Mostro como essa proposta
essencialmente política assumiu em Clara um sentido de missão religiosa.